Hortícolas com certificação Fairtrade
Das alcachofras às curgetes e tomates. Os legumes estão muito presentes no nosso quotidiano. Mas como é a vida quotidiana dos agricultores que os cultivam?
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O setor dos produtos hortícolas
O sector dos produtos hortícolas, vital para a nutrição global, enfrenta uma série de desafios que afetam os agricultores no terreno.
Por um lado, os padrões climáticos imprevisíveis, como as secas e as inundações, perturbam os ciclos das culturas e afetam os lucros, o que constitui um desafio para os profissionais do setor.
Por outro lado, o aumento dos custos dos fatores de produção, como as sementes e os fertilizantes, exerce pressão nos balanços, especialmente para os pequenos agricultores. Em algumas regiões, as práticas agrícolas tradicionais podem limitar a adaptabilidade.
Desafios atuais
O setor dos produtos hortícolas enfrenta uma série de desafios que têm impacto no ambiente, na sociedade e na economia.
- Dinâmica do mercado e volatilidade dos rendimentos: A oscilação dos preços dos produtos hortícolas, associada a um acesso limitado aos mercados, cria um ambiente de incerteza para os agricultores. A volatilidade dos preços tem um impacto direto nos rendimentos dos agricultores, dificultando-lhes o planeamento do futuro e o investimento na sustentabilidade agrícola a longo prazo.
- Escassez de água: A escassez de água é um problema premente em muitas regiões onde se cultivam produtos hortícolas. As práticas de irrigação ineficientes e a sobre-exploração dos recursos hídricos podem levar ao esgotamento da água e ao stress ambiental.
- Escassez de mão-de-obra e emigração: Em algumas regiões, a falta de mão-de-obra no setor dos produtos hortícolas está a aumentar. Fatores como a migração do campo para a cidade e as alterações demográficas contribuem para a diminuição da mão-de-obra agrícola. Os trabalhadores migrantes, frequentemente contratados para trabalhos sazonais, são também mais vulneráveis à exploração laboral.
- Acesso à formação agrícola: O acesso limitado à formação e à tecnologia agrícola pode impedir a adoção de práticas agrícolas modernas e sustentáveis. Assegurar que os agricultores, especialmente os que vivem em zonas remotas, tenham acesso a formação e tecnologia relevantes é fundamental para aumentar a produtividade, melhorar os rendimentos e promover a sustentabilidade a longo prazo da horticultura.
«Vamos abrir uma creche para que os pais possam trazer os seus filhos para o trabalho. Terei todo o gosto em que os meus filhos estejam perto de mim quando estiver a trabalhar. Pude tirar três meses de licença de maternidade com a ajuda da Fairtrade. Deu-me a oportunidade de estar com os meus filhos.»
Salha Yazidi, chefe de equipa, produtores de tomate do Desert Joy Faitrade, Tunísia
Como é que a Fairtrade faz a diferença
Meios de subsistência dignos: Os produtores de legumes certificados pela Fairtrade obtêm um rendimento mais estável e mais justo para as suas colheitas - embora não exista um Preço Mínimo Fairtrade para alguns legumes, o Prémio Fairtrade para a maioria está fixado em 15% do preço comercial. Além disso, os produtores e os trabalhadores decidem por si próprios como gastar o Prémio Fairtrade, quer investindo nos seus negócios, na agricultura, na comunidade ou nos projetos ambientais que mais lhes interessam.
- Resiliência climática: A Fairtrade dá formação e apoio à agricultura sustentável, incluindo a agrossilvicultura, uma melhor utilização dos recursos hídricos, variedades de culturas resistentes à seca e diversificação para fontes de rendimento resistentes ao clima.
- Igualdade de género: A Fairtrade promove a igualdade de género através das suas Normas que exigem a não-discriminação de género; tolerância zero ao assédio sexual; apoio a grupos desfavorecidos e minoritários; e políticas de género obrigatórias.
- Acesso ao mercado: A Fairtrade incentiva os horticultores não só a cultivar, mas também a transformar os produtos para acrescentar valor e aceder a mercados mais vastos.